terça-feira, 20 de março de 2012

Sentir-se Irmão



Sentir-se Irmão 

Por Ronaldo Ramiro de Paula
Colaboração: Ir.·. Siddharta Gautama



O cara diz que é teu irmão, então tá. Ele é teu irmão. 


Você sabe que é teu irmão porque lhe disseram isso, lhe pregaram isso, lhe deram instruções sobre isso. Mas saber se realmente ele é teu irmão é uma coisa, sentir-se irmão de fato é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se. 



A demonstração de irmandade requer mais do que beijos, abraços e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa, depende muito também do cumprimento de nossos juramentos. 



Pactos? Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos irmãos. 



Sentir-se irmão é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja fraquejando. 



Sentir-se Irmão é ver que o outro lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-lo tentar reconciliar você com seu pai, sua esposa, com ele próprio, e ainda com os demais irmãos, é ver como o outro fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando as coisas parecem que entram na linha.



Ser Irmão, é para os que sentem-se amados, ser irmão é para aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão ou situação. Sente-se irmão aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se irmão aquele que tem sua solidão, e sua magoa respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se irmão quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para os demais irmãos, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se irmão quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta. Sente-se irmão aquele que não é fator de cabulação e devaneios de outros.



Agora só ouça e entenda: 




Dizer você é meu irmão às vezes não diz tudo.

.·.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Palavra do Grão-Mestre Geral



Palavra do Grão-Mestre Geral
A Violência Urbana
O fenômeno da violência urbana, que é mundial, deu seus primeiros sinais de agravamento na década de sessenta do século passado, quando a guerra do Vietnã chegava ao clímax e os protestos internos se agravaram nos Estados Unidos; em que outros episódios de contestação aos regimes eclodiram com a Primavera de Praga, as multidões rebeladas do Quartier Latin, a passeata dos cem mil, no Rio de Janeiro, o assassinato do presidente norte americano Kennedy deixaram, às populações marginalizadas um alento de esperança nas ações ilegais e contestatórias ao “status quo”, e deixaram, aos marginais propriamente ditos, a oportunidade de aperfeiçoar seus métodos de ação nas grandes cidades.

Desde então, a sociedade tem adotado variados tipos de defesa, desde a vigilância eletrônica em todas as ruas, até o embrutecimento de suas instituições de segurança pública com a presença, nelas, de criminosos de todos os quilates, confiada, a sociedade, em que os iguais combatem facilmente os iguais. O defensor da sociedade passou a ser um “combatente” numa guerra em que, como em todas as guerras, todos os excessos são praticados, e os “acidentes de percurso” são permitidos.

Em nossos dias, só tem importância o que se vê; a palavra falada ou escrita, isoladamente, perdeu um tanto de sua eficácia. Daí, que os produtos de vigilância e segurança estão em alta, e por isso as ocorrências fora do alcance das câmeras ficam obscuras ou completamente desconhecidas. Os marginais experientes fogem dos lugares vigiados e se precaveem, agora, na descuidada periferia.

Quantos crimes de sangue, crimes contra o patrimônio público ou privado e os bons costumes têm ocorrido sem conhecimento da Justiça, sem apuração, sem registro! Deles se sabe à boca pequena. Falar deles abertamente, implica perigo... da parte dos criminosos, das gangues, das máfias e de outros apaniguados.

Uma das obrigações mais imediatas de qualquer governo é garantir a segurança social, especialmente no que diz respeito à integridade do cidadão e do seu patrimônio, tudo exposto, na atualidade, à sanha dos assaltantes, das gangues e dos arrastões; acrescentem-se, aqui, os crimes contra as mulheres, permanentemente vítimas de estupro e outras agressões sexuais.

O grande impulso a que está submetido, no momento, o desenvolvimento brasileiro não pode ignorar os prejuízos sociais da violência urbana, nem o sofrimento das vítimas, que não têm sido poucas nesta fase da vida nacional.

Que a Graça do Supremo Arquiteto do Universo desça sobre o nosso País, iluminando as ações de seus dirigentes e revigorando a alma dos desajustados e desesperados para que retomem o caminho do bem e do belo.

09 de março de 2012
Marcos José da Silva
Grão-Mestre Geral
Sec:. Geral de Comunicação e Informática